TJ junta nova investigação que liga advogado e agricultor a chacina em Colniza

 



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TJ junta nova investigação que liga advogado e agricultor a chacina em Colniza

Folha Max

05 de Outubro de 2021 as 19:21

 

O desembargador da Turma de Câmaras Criminais Reunidas do Tribunal de Justiça (TJMT), Luiz Ferreira da Silva, juntou ao processo que apura a execução de nove trabalhadores rurais na gleba Taquaruçu, distrito de Colniza (1.056 KM de Cuiabá), o inquérito policial, e a denúncia do Ministério Público do Estado (MPMT), sobre novos suspeitos de terem arquitetado os crimes. Inicialmente, uma denúncia do MPMT apontou para outros mandantes, mas uma nova linha de investigação do episódio, que ficou conhecido como a “Chacina de Colniza”, foi aberta.

A decisão do desembargador é do dia 28 de setembro de 2021 e atende a um pedido do empresário Valdelir João de Souza, o “Polaco”, apontado na primeira denúncia do MPMT como o suposto mandante do crime. Na nova investigação, o advogado e empresário Marco Túlio dos Santos Duarte, o agricultor Alcides Aberlardo Siebe, e Cleisson Palharim, seriam aqueles que estariam por trás dos assassinatos.

Com a juntada aos autos, o relatório da Polícia Judiciária Civil (PJC) sobre as investigações do caso, bem como o oferecimento da nova denúncia pelo MPMT, podem ser utilizados como provas no processo penal original derivado da “Chacina de Colniza”, ocorrida em abril de 2017.

Segundo a denúncia do MPMT, Marco Túlio e Alcides, vulgo “Nego Ciço”, adquiriram uma propriedade/posse rural de Cleisson, no Distrito de Taquaruçu do Norte, de forma parcelada, no ano de 2016. O pagamento do valor integral foi condicionado à necessidade de “limpeza da área”, ou seja, a expulsão de eventuais posseiros/proprietários que estariam no local. Assim, o denunciado Marco Túlio teria organizado para que o denunciado Cleisson, juntamente aos demais executores, promovessem essa “limpeza”, com anuência do denunciado Alcides.

No dia 19 de abril de 2017, no Distrito de Taquaruçu do Norte, Cleisson e outros, utilizando facas e armas de fogo, mataram as pessoas que ali puderam encontrar de forma repentina e surpresa, ao percorrerem a Linha 15, “utilizando de crueldade, inclusive tortura, dificultando, de qualquer forma, a defesa das vítimas”, narra o MPMT.

 

DENÚNCIA ORIGINAL

Mais de quatro anos após a chacina, ninguém foi sequer julgado pela Justiça. No dia 19 de abril de 2017 foram executados nove trabalhadores rurais na gleba Taquaruçu, em Colniza. O massacre vitimou Francisco Chaves da Silva, Edson Alves Antunes, Izaul Brito dos Santos, Alto Aparecido Carlini, Sebastião Ferreira de Souza, Fábio Rodrigues dos Santos, Samuel Antonio da Cunha, Ezequias Santos de Oliveira e Valmir Rangel do Nascimento.

De acordo com investigações iniciais da PJC, o grupo de extermínio que seria responsável pelas mortes seria formado por Valdelir João de Souza, suposto mandante dos assassinatos, bem como Ronaldo Dalmoneck, Moisés Ferreira de Souza, além de Paulo Neves Nogueira. Há, porém, uma linha de investigação que aponta para outros mandantes e executores do crime, inclusive com denúncia já oferecida pelo MPMT.

A polícia revelou que as vítimas foram torturadas antes de morrer com requintes de crueldade. O suposto motivo do massacre seria o interesse de empresários do setor madeireiro sobre a área, rica em madeiras nobres.

O dia 19 de abril é emblemático para os trabalhadores rurais. Na mesma data, em 1996, dezenove trabalhadores sem-terra foram assassinados por policiais militares e civis no Pará, no episódio que ficou conhecido como o “Massacre de Eldorado dos Carajás”.

 











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