Investida de Haddad no tem bom resultado

 



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Investida de Haddad no tem bom resultado

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21.10.2018 S 14:04

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As investidas do presidenciável Fernando Haddad (PT) no segmento evangélico não renderam muitos frutos. 

Seu adversário, Jair Bolsonaro (PSL), registrou 71% da preferência desse eleitorado (nos votos válidos, que excluem indecisos, nulos e brancos) em pesquisa Datafolha realiza na quarta e na quinta, com 9.137 eleitores de 341 municípios. A média é similar à de levantamento feito na semana passada. 

Na quarta, a equipe de Haddad divulgou uma carta endereçada a evangélicos na qual ele se compromete com a defesa da vida e dos valores da família. 

A disputa é bem mais apertada levando em conta um recorte exclusivamente católico: 54% preferem Bolsonaro, e 46%, o petista. 

AUTORITARISMO 

Evangélicos concordam num ponto com as demais fatias religiosas do eleitorado: para 76% deles, Bolsonaro é o candidato mais autoritário na disputa, número semelhante ao de católicos e à média de todos. 

Autoritário, sim, mas também "o que mais defende a democracia" na opinião de 57% dos evangélicos. Aqui há discrepância com outros grupos. Menos da metade (42%) dos católicos, por exemplo, concordam com essa formulação. No total, 47% do eleitorado pensa assim. 

DEBATES 

Cerca de 64% dos evangélicos disseram achar "muito importante" que haja debates entre os dois candidatos no segundo turno, índice ligeiramente menor do que a média geral (67%). 

O capitão reformado vem se esquivando de confrontos com o oponente, alegando estratégia política (de Fernando Collor a Lula, líderes em pesquisas costumam faltar a debates) e motivos médicos (ainda se recupera da facada que tomou em setembro). 

Para 70% dos evangélicos, Bolsonaro deveria ir, sim, a debates, contra 73% do total de entrevistados. 

MAIS POBRES 

Quase metade (49%) dos seguidores dessa fé veem o presidenciável do PSL como aquele na disputa que mais defende os ricos. O índice, contudo, é menor do que a média entre todas as religiões (55%). 

Quando questionados quem mais lutará pelos mais pobres, Fernando Haddad leva a melhor se comparado a Bolsonaro: 44% vs. 40%. 

A margem, porém, é muito mais larga entre católicos: 58% deles escolhem o petista como o mais comprometido com as classes de renda inferior, contra 26% que apontam o militar reformado. 

O candidato do PSL é de longe o "mais preparado para combater a violência" na visão dos evangélicos: 74% acreditam nisso, dez pontos percentuais acima do total de eleitores questionados. 

A vantagem se repete quando os entrevistados respondem quem está mais apto a melhorar as áreas de educação e saúde, a diminuir o desemprego e a fazer o Brasil crescer, com evangélicos tendendo a uma visão bem mais positiva de Bolsonaro. 

O capitão reformado é mais bem visto por evangélicos também quando se põe em xeque qual candidato é mais inteligente. Para 55% deles, seria Bolsonaro. Na média, 44% concordam com isso. 

BLOCO CRISTÃO 

Evangélicos (30%) e católicos (55%) formam o maior bloco religioso do país. 

Os demais grupos religiosos representam uma parcela menor da população e, portanto, a amostra obtida pelo levantamento não é suficiente para extrair um percentual para cada um desses segmentos separadamente. 

A margem de erro do levantamento, contratado pela Folha de S.Paulo e pela TV Globo, é de dois pontos para mais ou para menos. 

ESQUERDA 

Eleitores de partido de esquerda ajudam a engrossar a vantagem de Jair Bolsonaro (PSL) sobre Fernando Haddad (PT), revela pesquisa Datafolha concluída na quinta. 

Nesse campo, o militar é o preferido de 52% dos que declararam preferência pelo PSB (contra 31% em Haddad). Do partido de Ciro Gomes, o PDT, 31% pretendem votar em Bolsonaro -52% escolhem o petista. 

O militar ainda é o escolhido de 15% dos eleitores do PSOL, contra 85% em Haddad. 

Até entre os petistas 5% pretendem votar em Bolsonaro, e 90% escolhem o candidato presidencial do próprio partido. 

?Bolsonaro leva ampla vantagem entre eleitores do PSDB (76%) e MDB (62%).

Ainda no campo mais à esquerda, 19% dos que votaram em Ciro Gomes escolherão Bolsonaro - outros 56% preferem Haddad. E 7% dos que votaram em Guilherme Boulos (PSOL) no primeiro turno também declararam voto no militar, contra 68% em Haddad. 

Entre os eleitores do próprio Haddad, 4% pretendem mudar de candidato no segundo turno e escolher Bolsonaro. 

Segundo o Datafolha, o capitão reformado tem 59% das intenções de votos válidos, sem contar eleitores dispostos a votar em branco ou nulo, ou que estão indecisos. O ex-prefeito petista está com 41%. 

No levantamento anterior do Datafolha, realizado na semana passada, três dias após o primeiro turno da eleição, Bolsonaro apareceu com 58% das intenções de voto e Haddad, com 42%. 

O Datafolha entrevistou 9.137 eleitores em 341 municípios na quarta (17) e nesta quinta. A pesquisa foi contratada pela Folha de S.Paulo e pela TV Globo.

A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número BR-07528/2018. 

 

Por ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
          Da Folhapress – São Paulo











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